É comum a dúvida de mulheres jovens, mais que rapazes, sobre quando terminar um namoro. Muitas relatam namorar um rapaz que dá sinais de ser abusivo, infiel, e mesmo assim elas ficam na dúvida sobre se terminam o namoro e a justificativa em geral é porque “o amo muito”. É importante que estas pessoas, homens e mulheres, pensem que o amor não pode ser algo cego e somente baseado em sentimentos. Temos que usar a razão para pensar em como o relacionamento está funcionando ou se não está funcionando. O amor também tem que ser firme e colocar limites para abusos, e se eles permanecerem, tem que haver uma interrupção disto para a pessoa evitar sofrimentos desnecessários.
A juventude fica confusa quanto a se o relacionamento está funcionando bem quando há envolvimento sexual, porque o sexo mascara muita coisa que não funciona bem, quando ambos, homem e mulher, ficam envolvidos pelo prazer físico. Mas a pergunta a ser feita é: o que sobra no seu relacionamento depois do sexo e sem ser o sexo? Sexo entre homem e mulher foi criado para ser praticado dentro do casamento, como uma complementação do relacionamento afetivo em que o que deve predominar é o afeto e não o prazer carnal. Sexo é fácil, difícil é amar maduramente.
Jovens não precisam sentir-se envergonhados se escolhem ter sexo somente dentro do casamento. Esta vergonha pode ocorrer pela pressão da mídia doentia que vomita sensualidade até em programa infantil. Por que o governo não oferece programas de educação sexual para as pessoas aprenderem a usar a cabecinha ao invés de falar só em usar a camisinha? O teólogo católico Hans Küng, no seu excelente livro de análise cristã de certos pensamentos freudianos, mostra com lucidez e sabedoria que o que adoece as pessoas hoje não é a repressão sexual, mas a repressão espiritual. (“Freud e a Questão da Religião”, Editora Verus).
Namoro saudável é tempo de auto-conhecimento e conhecimento da pessoa com quem se pretende passar o resto da vida, se casar. Não é tempo para sexo. Nem todos os jovens praticam sexo antes de casar e eles podem ser pessoas muito saudáveis mentalmente. Há muitos que ficam solteiros a vida toda, seja numa vida religiosa ou não, não praticam sexo e são pessoas equilibradas. E pessoas que sempre praticaram muito sexo desde jovem, podem apresentar desequilíbrios emocionais.
Geralmente a pessoa apaixonada fica com medo de romper e não vir a encontrar outra por quem possa se apaixonar novamente. Isto é uma ilusão e uma defesa que prende o indivíduo. Há milhões de pessoas na vida e não há tantas confiáveis, é verdade, mas elas ainda existem. A paixão que deixa a pessoa unida a outra que é abusiva é mais uma dependência doentia do que amor.
Que sinais um namorado ou namorada podem detectar para saber se o namoro deve continuar ou não? Claudio Bruscagin, psicóloga clínica e professora da PUC-SP, dá algumas dicas: “A pessoa o machucou ou desrespeitou? Seus amigos fazem comentários de alerta? Um ou os dois falam muito de ex-namorados? Vocês dois só ficam juntos sem fazer nada que desenvolva a relação? Conversam e falam pouco sobre o que sentem? Deve terminar quando há mais mágoas do que prazer; houve infidelidade, traição; se você se sente usado, abusado ou sendo feito de bobo; se o namorado sempre critica, culpa ou maltrata; se o ciúme foi excessivo e controlador; se todos os amigos e familiares estão preocupados com o relacionamento; se houver violência ou o estilo de vida do namorado oferecer riscos (é delinqüente, usa drogas, pratica crimes…).”
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